Ainda a PACC do sprofessores

19-12-2013 23:19

O dia 18 de dezembro de 2013 fica na História Portuguesa da Educação com a marca dos piores motivos. O motivo de fundo é a prova em si, que significa um insulto à inteligência da generalidade dos docentes. 

Mas há outros aspetos verdadeiramente lamentáveis. O ministro da tutela caiu voluntariamente na esparrela ao afirmar que os critérios de exigência são muito diferentes nas universidades e nas escolas superiores de educação. Embora o líder da agência de avaliação do ensino superior tenha vindo a terreiro afirmar que fora recomendado o encerramento de mais cursos em universidades que  nos institutos politécnicos, em que se integram as escolas superiores de educação, ninguém entendeu que o ministro da tutela quisesse afirmar a superior eficiência e qualidade do ensino politécnico sobre o das universidades, mesmo que só no quadro da formação dos professores. Por outro lado, os cursos de formação inicial de formação de professores encerrados (que representam uma percentagem ínfima no conjunto dos cursos superiores), foram somente seis (3 licenciaturas e 3 mestrados), e tudo em instituições privadas, o que o ministro não quer reconhecer. Por isso, bem compreendo o coro de alunos,  recém diplomados, professores e dirigentes dos politécnicos a defender a camisola politécnica; ao invés, fica totalmente arrodilhado o pergaminho governativo quando vem a toque de caixa acusar o teor artificial da polémica, a defender o indefensável.  Eu ouvi o ministro com estes meus dois ouvidos!

Contudo, os professores examinandos, que tinham razão no protesto, deram um mau sinal à população. Atitudes como aquelas de insultar vigilantes, escrever chocarrices nas folhas de prova, fazer barulho dentro das salas, bater nas janelas de salas de exame ou chegar atrasados à prova - não testemunham serenidade e racionalidade que se impõem. Por outro lado, vir à rua protestar e ir a correr fazer a prova é inconsequente; protestar contra a prova e apupar professores dos quadros que se prestaram à greve à vigilância em prol dos contratados não é digno de cavalheiros ou de damas (e quer esta gente no futuro ensinar formação cívica...). Por seu turno, os docentes de quadro vão à vigilância quando antes alinharam no protesto e ouviram aos governantes que isto é uma prova de futuro para ingresso na carreira e, pasme-se, de manutenção.

E, por fim, o ministro, chegou pela negativa a equacionar a hipótese de a universidade dar licenciaturas de pivô de televisão, pois,  como o locutor não poderia rejeitar um teste aquando da admissão na RTP, também os professores não podem recusar o exame.

E que mais virá por aí!